19.12.10

Amarelar ou Ressaquear


Sua cabeça latejava. Abriu os olhos e percebeu, com muita gratidão aos céus, que estava em casa, aparentemente sozinho. Levantou com alguma dificuldade e foi olhando em volta. Tudo parecia no lugar. As roupas na mesma bagunça de sempre, espalhadas pelo chão do quarto; no corredor a bicicleta impedia a passagem; na cozinha, tudo certo, muitas latas de cervejas vazias transbordavam da lata de lixo e havia uma caixa de pizza vazia sobre a pia. Voltou ao quarto e percebeu que a TV estava ligada.



Era o último dia de prova. Os três foram os primeiros a sair da sala. E pouco menos de 30 segundos abriam a primeira lata de cerveja. Tá certo, meio radical abrir uma cerveja no estacionamento da universidade às 10 horas da manhã. Mas era férias! E foi aí que tudo começou...

Provavelmente as duas coisas já aconteceram com você: você amarelou ou ressaqueou. Mas o que é pior?
A galera tá toda reunida, numa noite como outra qualquer. Não há grandes promessas, não tem nenhuma festa programada, nenhum show na cidade, na verdade, nem cerveja na geladeira. Aí, você decide ir embora pra terminar de assistir a última temporada de Lost. Grande erro. No dia seguinte você tem que aguentar todo mundo te contando as reviravoltas do destino que transformaram aquele dia comum no dia mais louco da sua vida... só que você não estava lá.

14.12.10

Linha Cruzada

Linha Cruzada

Linha 1
Os dois iriam estudar. Era esse o plano mesmo. Não era nenhum tipo de pretexto. Sentaram-se no chão da sala com livros e cadernos espalhados ao redor. O ventilador ronronando no fundo.Os pais dela terminavam os últimos preparativos para partir. Passariam o fim de semana fora. Finalmente terminaram de colocar as malas no carro e vieram se despedir da filha querida: tranque as portas, alimente-se direito, mantenha seu celular carregado, beijo, fica com Deus. O pai dela ainda hesitou à porta. Mas a mãe o tranquilizou. Sua filha e o colega eram apenas amigos e gostavam de estudar juntos. E se foram.
A menina e o menino se entreolharam. Estavam completamente sós. Ela pediu a ele que buscasse o colchão da cama dela. Seu bumbum começava a ficar dolorido. Ele obedeceu com um sorriso mal disfarçado no canto da boca. Sentavam-se agora no colchão. Ele perguntou se ela conseguia estudar com música e ela disse sim. De repente a voz rouca do vocalista do Maná surgia dos alto-falantes do laptop. Ele sentou-se mais perto dela e ela colocou a mão sobre a perna dele. A proximidade permitia aos dois perceberem os cheiros. Os risos começaram a ficar mais frequentes e em pouco tempo estavam se beijando. Os cadernos já estavam longe do colchão e a música os embalava.
Estavam completamente sós. O mundo fora do apartamento, fora daquela sala, não tinha a menor relevância. Eram livres.
A música continuava mansinho e eles agora simplesmente se abraçavam. Curtiam a preguiça nos braços um do outro. De repente, batidas na porta. Eram batidas leves, mas alguém tinha batido. Os dois se levantaram depressa. Quem poderia ser? O som estava baixo demais para ser um vizinho reclamão. Enquanto se decidiam entre olhar ou não olhar, mais batidas na porta. Ele desligou a música e chegou perto da porta. Via sombras que o permitiam entender que havia alguém em pé do lado de fora do apartamento. Com o dedo sobre a boca pediu silêncio a ela. Viu os pés de sombra se afastarem.
Agora os dois conversavam entre sussurros agitados. Quem poderia ser? Será que era o pai dela? Seria mesmo um vizinho?

Linha 2
Aquela noite seria perfeita. Ele conferia se tinha tudo: cerveja gelada no isopor, camisinhas. Estava tudo certo. Chegou rápido ao prédio. Ela tinha deixado a chave da portaria com ele. O combinado seria ele subir e bater de leve na porta. E tudo corria bem até que ele percebeu que não lembrava o andar. Era o terceiro ou o quarto? Subiu hesitante. Ia olhando as portas dos apartamentos pelos quais passava: eram inexplicavelmente idênticas. Chegou ao terceiro andar e hesitou. Seria o quarto andar? Lembrava-se que havia ficado bastante cansado da última vez. Deveria ser o quarto. Subiu o último lance de escadas e chegou-se junto à porta da direita. Isso ele lembrava, era a porta da direita. E se for o terceiro? E se eu bater na porta errada a essa hora da noite? Já passavam das 11! Chegou-se mais perto da porta e ficou mais tranquilo. Podia ouvir baixinho uma música do Maná. Era ela. Só podia ser ela! Bateu bem de leve na porta e esperou. Nada. Talvez ela não tenha ouvido. Bateu mais uma vez. O som foi desligado. Não havia mais música. Retirou-se na ponta dos pés. Só podia ser o apartamento errado. Nesse momento, ela surgia subindo as escadas cautelosa. Gesticulava em silêncio para que ele a seguisse. Os dois desceram as escadas, segurando o riso, até o terceiro andar.

5.12.10

Endocrinologia

Maldito seja o hipotálamo e seus neurônios parvocelulares curtos!
Maldito seja o sistema límbico e seus receptores de ocitocina!

4.12.10

Fim do Dia



Acordou cedo e se olhou no espelho. Era cedo. Mas não tanto quanto ele planejara. Ainda de pijama, foi até a cozinha e colocou água para ferver. Era muito mais água do que ele precisaria. Sempre fazia isso. Assim, teria mais tempo para trocar de roupa. De volta ao quarto, as portas do guarda-roupa já o esperavam abertas. Olhava de um lado para o outro, o monte de roupa da última passada ainda sob o velho baú no pé da cama. Era mais sensato não pegar nenhuma daquelas peças, ou elas seriam usadas mais vezes do que as que ainda estavam no guarda-roupa. Pegou qualquer coisa dentre as poucas peças que acabava sempre repetindo e retornou a cozinha para terminar de coar o café. Tomou uma xícara, acompanhada de um pão com manteiga, em pé, apoiado à pia. Estou atrasado, pensou, escovo os dentes quando chegar no escritório.

"Ele chegou não faz 5 minutos e já foi ao banheiro. Não entendo por que sempre faz isso. E sempre leva a mochila com ele. Já pensei que talvez ele escove os dentes. Mas não faz sentido. Ele entra e não come nada. Eu já vi também que ele não come por aqui por perto. Provavelmente come em casa ou não come nada. Então, não faz sentido chegar e ir para o banheiro. Todos os dias! E por que leva a mochila? O que carrega nela além do computador? Como eu queria saber!
Ah, lá vem ele de volta. A mesma cara sem expressão. Diz bom dia, mas é como se não dissesse nada."

"Ele passa a manhã em sua sala. Às vezes sai de lá e vai ao banheiro (mas sem a mochila) ou toma um café. Às vezes conversa com alguém. Já reparei que conversa muito mais com homens do que com mulheres. É isso mesmo! Acho que ele praticamente só cumprimenta as mulheres. Conversar mesmo, só com homens. Teve uma época que eu pensava que ele era gay. Mas o fato de conversar só com homens é pouco perto das secadas que eu já vi ele dando nas meninas do escritório. Parece que tem hora que ele esquece que está em público e se perde. Tem um olhar de tarado estranho. Dá a impressão que ele tá com raiva. Uma mistura de raiva e tesão. Uma coisa meio bicho, meio homem das cavernas. Confesso que isso até me excita um pouquinho. Mas é só no mundo das idéias. O conjunto da obra me espanta, me afugenta! Percebo também que ele, nas conversas com os outros caras, nunca parece relaxado, nunca parece feliz. Olha para os outros caras enquanto eles falam com a mesma cara sem expressão com que me dá bom dia. De vez em quando solta um 'an-ram'. Muito raramente diz um frase. E são frases pontuais, como que pra colocar fim na conversa. Escutei poucas vezes, mas pelo gestual, parece sempre ocorrer a mesma coisa. Ele tá saindo pra almoçar. Hoje ele vai comer hamburger. Sei disso por que é sexta-feira.
Já o segui algumas vezes. Sou muito curiosa. Admito. Às sextas ele vai sempre numa lanchonete aqui perto e pede um X-tudo. (Eu gosto de tomar um suco de laranja que vendem na padaria em frente.) Deve ser a maneira que ele encontrou de celebrar a sexta-feira. Ele também sempre pede uma cerveja. Senta lá no fundo, de costas para a porta de entrada, olhando para a parede. Come devagar e saboreia a cerveja. Também fuma um cigarro, enquanto caminha de volta para o escritório. Mas só às sextas. Ele nem tem cheiro de cigarro. As meninas do escritório até hoje não acreditam em mim. Pensam que eu confundi ele com outra pessoa. Onde já se viu alguém fumar só em um dia da semana?"

Conseguia até sentir certo prazer no cigarro. Mas sabia dos danos que poderia causar. E ele precisava viver muitos anos para recompensar a família por tê-lo sustentado durante os primeiros 25 anos de sua vida. Então, fumava só um cigarro por semana. Nunca ouvira falar, nunca lera nada a respeito de alguém que tivesse morrido de câncer fumando um único cigarro por semana. Na verdade, ele nunca ouvira falar de ninguém além de si próprio que fumasse um único cigarro por semana.
Ele percebeu que a recepcionista estava por perto. A menina tomava um suco do outro lado da rua. Ele podia reconhecê-la facilmente de onde estava, embaixo daquela árvore, apoiado em seu tronco. Ela não era linda, mas também estava longe de ser feia. E tinha um certo charme no andar que atraía sua atenção. Queria esperar a moça terminar para seguí-la até o escritório. Mas a puta não terminava a merda do suco! Queria seguí-la para acompanhar a distância o rebolado que ela tinha quando caminhava. Quem sabe um dia ele a chamasse para sair. Seria bom se tivesse mais amigos. Uma festa seria uma oportunidade ideal para um convite desses. Mas seus únicos amigos eram seu irmão, que morava no Canadá e com quem se comunicava exclusivamente via email, e um colega de faculdade que mudara para o Rio. No mais, era só. Então, não havia uma oportunidade interessante de convite. Assim era melhor, por que ele sabia como tudo acabava.
Fim de dia, fim de namoro, fim de fim de semana. Aquela coisa que aperta o peito. Foi bom enquanto durou, ou não, mas tudo voltava à estaca zero no final. A segunda sempre vinha, o dia seguinte, a ressaca...
Desistiu de esperar. Apagou o cigarro na sola do pé e voltou para o escritório. Tinha mais o que fazer.

29.11.10

Duas

Quero abraçar todo mundo
Quero abraçar o mundo
Depois os meus próprios braços
Me volto pra dentro de mim

Sou só sorriso às onze e meia
Ao meio dia, eu já engasgo
Entre lágrimas
Seguro meus soluços

Quero ser santa, ser pura.
Desisti!
Não preciso me embriagar
Mas hoje eu só quero dançar

Vem!
Te quero agora!
Me devora!
Depois?
Sai de perto de mim!

29.10.10

Longe

Estou do outro lado dessa lonjura. Sua voz (tão límpida na minha cabeça) não é tão bonita no telefone. Prefiro você mais perto do meu ouvido.
Agora descobri, preciso de mais fotos. Muito mais fotos! Preciso de vídeos. Preciso te filmar discutindo consigo mesma, com vergonha de si mesma quando deixa a caneta cair no chão, rindo e fazendo aquele barulhinho gostoso com a língua... parece um passarinho.
Cheiro de café, de mexerica no pé? Não. Sua nuca e seus cabelos. Isso é o que me desfaz.
Seu corpo dentro dos meus dedos, que escorregam por aí, explorando, sempre a primeira vez.
Seus olhos... Que às vezes eu duvido se existem!
Me belisco. Te belisco.
Mas agora não posso. E vou pra cama rezando pra te encontrar em meus sonhos.

Já fazem 2 dias.

18.10.10

Manha de Manhã

Os olhos pedindo mais sono
Os cabelos lindamente desgrenhados
A boca só de lábios protesta contra o sol que já nasceu

Um gemido preguiçoso
Os braços se jogam em todas as direções
As pernas, kilômetros de curva na estrada mais deliciosa

Te beijo!
Faz de conta
Por mais meia hora
Que o tempo é só pra nós dois

2.10.10

eu nunca beijei ninguém como eu te beijo

a curva da sua boca em sorriso
seu olhar que me acalma e excita
o cheiro dos seus cabelos e pele
o toque dos seus dedos
correndo leve a minha nuca
seu hálito próximo demais
sem no entanto me tocar

brinco de fugir pra gente rir
e cada vez é a primeira vez

finalmente não vejo mais nada
sou só audição e tato

os estalidos dos seus lábios
quando prendem e soltam os meus
minha língua dança com a sua
nossas mãos esculpem nossos corpos
eu nunca beijei ninguém como eu te beijo

21.9.10

On The Top of My Lap



Yeah, old friend
It's you and me again
Me and you
And all these keys
Which my fingers strike
Sometimes lazily
Sometimes in anger

You and me
The cigarette
The booze

You with your screen
Which never shows what I wanna see
The ink fading on your tatoos
(I did those to you)
But they fade away
To show me
Every moment is neverlasting
That's why they're so precious

Now I shut the lid
And give you and me
The rest we both deserve

Life As It Is



And then you're born
and you cry
but soon enough you remember you're loved
and you love for the first time
and you start seeing things
and you hear, and you smell
and touch, and you taste
and you taste everything around you
Then you walk
then you run
and you eat, and you drink
you get dirty, you get showered
you pee, you poop
And then you go to school
and you learn even more
you meet peers
you find out you're not unique
you just don't know if that's good or bad
you make a real friend, or several
you find out you have brothers in other families
You understand God
And then you get a pet
a cat, a golden fish
if you're lucky, a dog
you ride a bike
you fall off the bike
you get back on it
and you fall again
and keep riding it
your big sister kicks you ass
your big sister kicks somebody's ass to protect you
you get to know a different place
one you never dreamed of before
you swim in a pool
a lake, and, finally, the sea
you get sunburns
but you're too happy to care
And you meet a girl
who makes you think differently
and you kiss this girl
And you remember God
And then you learn to drive
you travel further
without your parents
you get a medal
sometimes an "A"
you feel good about it
you screw up
it hurts a little
but you learn
And you get a job
you get paid
you buy stuff your dad wouldn't
you have some laughs
And then you're out of your parents'
and you get not to make your bed
and you're really happy about it
you have friends over
you have girls over
And there's this one girl
who makes you change a couple of plans
Things change
You change

Things aren't as easy as you thought they would be
but you still love every minute of it

Life As It Is

And then you're born
and you cry
but soon enough you remember you're loved
and you love for the first time
and you start seeing things
and you hear, and you smell
and touch, and you taste
and you taste everything around you
Then you walk
then you run
and you eat, and you drink
you get dirty, you get showered
you pee, you poop
And then you go to school
and you learn even more
you meet peers
you find out you're not unique
you just don't know if that's good or bad
you make a real friend, or several
you find out you have brothers in other families
You understand God
And then you get a pet
a cat, a golden fish
if you're lucky, a dog
you ride a bike
you fall off the bike
you get back on it
and you fall again
and keep riding it
your big sister kicks you ass
your big sister kicks somebody's ass to protect you
you get to know a different place
one you never dreamed of before
you swim in a pool
a lake, and, finally, the sea
you get sunburns
but you're too happy to care
And you meet a girl
who makes you think differently
and you kiss this girl
And you remember God
And then you learn to drive
you travel further
without your parents
you get a medal
sometimes an "A"
you feel good about it
you screw up
it hurts a little
but you learn
And you get a job
you get paid
you buy stuff your dad wouldn't
you have some laughs
And then you're out of your parents'
and you get not to make your bed
and you're really happy about it
you have friends over
you have girls over
And there's this one girl
who makes you change a couple of plans
Things change
You change

Things aren't as easy as you thought they would be
but you still love every minute of it

20.9.10

É Tu Ou Nada

Pelo que é efêmero,
Tão rápido que nem eu mesmo sei:
Foi sonho ou aconteceu?

Sei que aquilo,
Que nem mesmo sei se imaginei,
Era o que eu queria pra mim.
Não só naquele dia inconsciente
(Inconsequente)
Mas sempre!

Queria que existisse um lugar,
Ou um quando. Um dia? Não.
Talvez um mês, um ano. Mais!

Lá (ou então),
Em outra dimensão,
Só nós dois de relevante.
Todo o resto: fim, acabado.

Esses seus olhos,
Que nem sei de que cor que são,
Me olhando e dizendo
Tudo que você jurava esconder.

Naquela madrugada curta
Você foi muito mais minha do que sua,
Mesmo sem tanto do que eu queria.
(Eu sempre quero mais)

Continuo querendo.

28.7.10

A Hoax

She was a Hoax

At first I didn't know her
I saw her and her pretty eyes
There was no identity
There was no connection

Suddenly she became attractive
And I moved a little closer
I liked her smell
And the way she laughed

I got yet a little closer
I heard her talking
Her ideas seemed right
Suddenly she became beautiful

She seemed...

She seemed, but she wasn't.

24.7.10

Casamento Heterossexual

O Casamento Heterossexual

Venho aqui escrever e rogar a todos os meus quase 3 leitores que se casem. Em especial, os heterossexuais. E aí, para não soar preconceituoso aos que não me conhecem, terei que dedicar um páragrafo ou dois para explicar o porquê de me referir, em particular, aos heterossexuais.
Hum, sinto uma crônica nascer...
Bem, eu não tenho conhecimento de causa para falar sobre relacionamentos homossexuais. Tudo aquilo que sei vem do que ouvi e li a respeito do assunto. Ouvi de meus queridos amigos, li em revistas e na internet. Mas não vivi. Não sei como é. No que tange os relacionamentos homossexuais, posso apenas especular. E especulo muito. Por exemplo, penso que em um relacionamento entre dois homens pode haver muita violência. Sim, por que eu jamais teria coragem de pensar em ferir fisicamente uma mulher (Com exceção da minha amada irmã. A gente rolava no chão mesmo. Minha mãe ficava puta.). Mas se um cara se relaciona com outro cara e esse outro cara faz uma merda, o que impede o primeiro cara de dar uma porrada na cara do outro cara? Nada. São dois homens. Sou radicalmente contra qualquer tipo de violência. Mas existem situações que são foda! Imagina um casal de homens. Um deles compra uma cerveja cara que queria experimentar na sexta à noite quando chegasse do trabalho. Vamos dizer por exemplo que o cara comprou uma Bohemia Oaken e que essa seja uma de suas favoritas (aí ele não teria comprado para experimentar, né, anta?). Pois bem, naquela sexta-feira o outro cara saiu mais cedo do serviço por algum motivo qualquer. Por exemplo, um funcionário da empresa para a qual ele trabalha, revoltado com as condições desumanas com as quais é tratado, resolve fazer uma ameaça de bomba falsa. Só pra ver o circo pegar fogo. É, tem gente que tem cada uma. E aí, a empresa é evacuada às pressas, às 3 horas da tarde. O marido em questão, anteriormente referido como o outro cara, chega em casa às 3 e meia e pensa: "Puta, que sorte! Escapei do atentado terrorista e ganhei preciosas horas para curtir a vida em plena sexta-feira!" Ele chega em casa e pensa: "Por que não tomar uma cervejinha?" Por que não? Eu faria o mesmo. O cara abre a geladeira e tcharam, uma Bohemia Oaken, estalando de gelada. O cara bebe aquela delícia. E depois, bebe o que mais achar na geladeira com algum teor alcoólico. Aí, o primeiro cara, seu marido, chega em casa às vinte e duas e trinta. É, por que calhou de justo naquela sexta em que seu marido, no caso, o outro cara, saiu mais cedo, ele teve que ficar até mais tarde no trampo. A gente pode pensar, para que a história tenha mais verossimilhança, que, aqui entre nós, é uma coisa que eu prezo acima de tudo em qualquer história, que o cara trabalhe em um banco e era época de fechamento. Pois bem, o cara chega em casa às 22:30, e quem já trabalhou em banco em época de fechamento sabe que estou sendo até bacana com nosso personagem, e pensa: "Bom, pelo menos tenho aquela Bohemia Oaken pra tomar, pra compensar toda a encheção de saco do trabalho." Ele abre a porta do apartamento (Sim, apartamento, por que a probabilidade de um casal homossexual morar em um apartamento é muito maior do que de ser em uma casa. Um casal homossexual teria uma vida muito mais tranquila em uma grande cidade. É de conhecimento de todos que, infelizmente, ainda existe o preconceito para com os homossexuais. A Argentina já autorizou a união estável entre eles, seguindo o exemplo de alguns outros países da Europa, mas não sem polêmica. Porém, a verdade é que o preconceito ainda existe e costuma ser maior em cidades menores. Imagino que isso ocorra por que em uma cidade grande, existem mais pessoas. Onde há mais pessoas, há mais histórias. E onde há mais histórias, uma coisa que parece de outro mundo em um lugar onde há poucas histórias pode parecer trivial em um lugar onde há várias histórias. Acho que é por isso que há mais preconceito em cidades menores. Acontecem menos coisas em uma cidade menor e as pessoas acabam, em alguns casos, criando caso com coisas que na verdade não deveriam render tanto assunto, como os relacionamentos homossexuais. E em uma grande cidade, o custo para se viver em uma casa é altíssimo. Isso sem falar no medo que a maioria dos habitantes das grandes cidades têm de viver em uma casa. Num apartamento bacana você tem porteiro 24 horas, cerca elétrica, playground, e se for bem-sucedido, até piscina.)...
Voltando.
O cara abre a porta do apartamento e vê seu marido bêbado de cueca no sofá assistindo ao início do Globo Repórter. Desolador. Mas ainda tem a Bohemia Oaken. Tudo vai ficar bem. Ele desaperta o nó da gravata, pendura o terno em uma das seis cadeiras da sala de jantar e vai direto pra geladeira de aço escovado (super tendência!). Ao abrir a geladeira, surpresa! Cadê a Bohemia Oaken? Não está mais lá. Como também não estão os doze latões de Skol que eles haviam comprado por que estava barato (Depois da primeira desce até Nova Schin, mas Skol é bem melhor. Aqui emito uma opinião, e não um fato.) . Então a cena é essa: o cara de saco cheio descobre que a cerveja preferida não existe e nem paliativo sobrou por que o marido dele encheu a cara das 3 e meia até agora com tudo que tinha na geladeira. Se fosse uma mulher o bebum, ... deixa eu redigir isso para prevalecer o entendimento sobre a poesia... Se o bebum fosse uma mulher, o cara ficaria puto, tomaria um banho e amanhã esqueceria o acontecido. Mas o bebum é outro cara. É um cara que está de cueca no sofá do primeiro cara, com toda a cerveja da casa na barriga. Ah, bróder, isso dá porrada.
Imagino que num casamento entre duas mulheres também haveriam certas particularidades. Mas não quero entrar nesses detalhes pois não sei o que se passa dentro da cabeça de uma mulher. Nem o Chico sabe! O que me leva, como diria meu pai, à vaca fria.
Existe uma expressão assim: voltar à vaca fria. Que quer dizer voltar ao assunto inicialmente iniciado. Ficou feio, mas cê entendeu.
Então, voltemos à vaca fria. Não escrevo sobre como imagino que seria o casamento entre duas mulheres pois acho que estaria falando de coisas sobre as quais não entendo muito bem. No entanto, posso dizer que me parece que duas TPMs para um casamento é um pouco demais. Imagina como vivem aqueles sultões do Oriente Médio que se casam com várias mulheres? Haja TPM pra administrar!
À vaca fria!
O casamento heterossexual tem uma utilidade enorme para o homem (e imagino que para a mulher em igual proporção). O homem vai aprender um pouco mais sobre o universo feminino (sem jamais, no entanto, compreendê-lo por completo). Sim, caro leitor, por que não adianta ser criado pela avó, morar só com a mãe solteira ou divorciada, ou mesmo dividir um apê com a irmã e as primas. Não, nenhum relacionamento entre homem e mulher tem as nuances e cores do casamento. Como por exemplo a tentativa de esconder certas coisas, como peidos, arrotos, depilação, menstruação, etc, mas no casamento, uma hora tudo vem à tona: manias, nóias, as idiossincrasias (ah, vá consultar um dicionário!) de cada indíviduo. E se essas coisas já são estranhas naturalmente entre indivíduos do mesmo sexo, o que dizer quando você conhece o que acontece com o outro sexo?
Não, nós não somos iguais (Louvado seja o Senhor!). Somos diferentes pra caralho! Bioquimicamente falando mesmo. Admitamos (aceitemos) que todo ser vivo, inclusive os seres humanos, não passam de um saquinho de água cheio de solutos dos mais variados tipos. De indíviduo para indivíduo, até mesmo gêmeos univitelinos, há uma diferença enorme de como essas substâncias interagem e em que proporção elas estão presentes. O que dizer da diferença que existe entre o homem e a mulher?! E são algumas dessas substâncias que ajudam, até certo grau, a moldar a personalidade de cada pessoa. Se você ainda insiste em dizer que somos todos iguais, eu vou tentar clarear um pouco mais as coisas. Somos sim, ainda que só no papel, (quase) iguais perante a lei, em direitos e deveres. Mas qualquer mentecapto, só de observar os corpos, percebe a diferença que existe entre um homem e uma mulher. Ao se conviver então, as diferenças saltam aos olhos (aos ouvidos, ao nariz...). E essas diferenças têm muito a ver com aquelas substâncias que estão dissolvidas no saquinho de água que é cada pessoa. O lance é que as substâncias ingeridas até podem ser as mesmas, mas como elas serão processadas, depende de outras substâncias que já estavam presentes ali. E as substâncias que estão presentes ali foram formadas a partir de uma "receita de bolo" presente nas duas primeiras células (uma da mamãe e outra do papai) que deu origem a todo aquele ser humano resultante. Muita coisa interfere no resultado final: como se deu a concepção, como se deu o desenvolvimento do embrião, como se deu o nascimento do rebento, como se deu a criação do filhote até que ele ou ela atingisse a maturidade sexual e pudesse enfim, como manda o dogma da Igreja Católica, até o presente momento a religião predominante no país, também ele ou ela casar para então procriar. Mas nada, absolutamente nada, interfere tanto quanto qual cromossomo sexual o espermatozóide do papai que fecundou o óvulo da mamãe carregava: X ou Y?

Livremente inspirado no seriado Separação.

23.5.10

Not Simple Past

People say I'm already lucky

Just because I tried it?
(Actually, there's more.)
All that because...
Once I knew what it was

Her hair, her voice, her touch, her scent, her taste

That's all I can put into words

If only I could wipe it out
I wish I didn't remember
But I can't fight it!

An arm, a leg, my reason
Just like her
A part of me

6.5.10

Jardim de K


O Jardim de Amor de K

Ela quer ser cinza
Então
se recusa a ver as cores do mundo
que dançam e cantam e gritam à sua volta
E ela se abraça às próprias pernas
E se enterra entre os próprios braços
E fecha os olhos
Pra que tudo fique negro
Nem uma nesga de cor!
No mundo que ela decidiu,
"É cinza!"

Me inspirei nesse quadro do Kandinski.

24.4.10

Just a Gardner

"Hello, little flower. Looking beautiful as always."
"Oh, my favorite gardner! What took you so long?"
"You know, places to go, people to see. I brought you some water."
"I love you, Mr. Gardner."

Some drops of water pour down on the little plant.
They smile at each other.

"I'm always happy when you come."
"No, little plant. I'm always happy when I come.
You're only happy in the sun.
And, right now, all I can give you is shade."
"Mr. Gardner, are you leaving again?"
"You know me better than that.
I'm only little drops of water
Dripping over your stem and beautiful petals...
God, you're so beautiful!
Sometimes, even I wish I could stay.
Farewell, now."
"Bye, Mr. Gardner. I hope you come here again soon."

23.4.10

Insônia

Deito na cama, no escuro. Que paz! Por que não dura?
Rapidamente meus olhos se acostumam e a escuridão agora é claridade que fere meus olhos. Meu corpo, esse sim, não se acostuma. A cama me irrita a pele, a colcha me esfola vivo. Eu me coço, me esfrego contra o lençol. Giro para um lado e vejo a parede me encarando, branca, vazia, sem nada pra dizer. Do outro lado, a porta, que mantenho fechada. Não quero que ninguém me veja assim, sem controle, sem máscara, sem armadura.
Penso em olhar as horas. Sei que não adianta nada. Muito pelo contrário. Saber que horas são provavelmente só vai me deixar mais estressado. Começo a calcular quantas horas dormi na noite passada, na noite retrasada, na última semana... Pra eu olhar as horas, vou ter que abrir o flip do celular e inundar o quarto com aquela luz laranja: mais uma agressão. Meu coração vai disparar e aí então é que eu vou demorar a dormir mesmo.
O ventilador faz aquele ruído incessante. Vou desligar essa merda! Mas pra isso, preciso me levantar. E eu sei que se sair da cama, vou ter taquicardia, meu corpo vai se inundar em adrenalina... já sei como isso acaba: não acaba.
Me levanto e desligo o maldito ventilador. O silêncio agora é quem me incomoda. Meus ouvidos começam a ser comprimidos, estou a 30 metros de profundidade... preciso respirar.
Amanhã tenho que levantar cedo. Muito cedo. Eu devia contar carneirinhos... as horas? Que horas serão agora?
00:34
Que merda! Olhei as horas. Meu olho tá ardendo por causa da luz. Meu coração parece que vai sair pela boca. A coceira volta pelo corpo inteiro. Já arremecei cobertor e lençol para longe. Agora vão os travesseiros e, na sequência, minha bermuda e minha cueca. É insuportável.
Já tem mais de uma hora que eu deitei, com a luz apagada. Estou mergulhado no mais absoluto silêncio. A cama é praticamente um palácio. Quase dois metros de largura só pra eu me esparramar. E eu me sinto completamente desconfortável.
Amanhã tenho que levantar muito cedo. Fecho os olhos, mas não há cola nas minhas pálpebras. Tento ficar bem quieto, bem imóvel. Mantenho os olhos fechados por um longo tempo, mas logo tenho que me mover. Agora são os meus joelhos... tenho a sensação de que vão estalar e os movo. Mas não acontece nada. Tenho a impressão de que a parte de baixo de minhas pernas, a batata, os pés, os tornozelos, não servem pra nada. Simplesmente estão lá para forçar mais os joelhos.
Meus olhos estão secos, como se eu estivesse na frente do computador há horas.
Que horas serão agora?
02:32
Estou cansado. Já não resisto mais. Faça comigo o que quiser. Vou aceitar. Só me deixe dormir. Só por uns minutos...

17.3.10

Proposta

Eles se conheciam a menos de uma semana. Tá certo que se falaram todos os dias desde então, mas agora ele a convidava para passar a noite juntos em um hotel?
A cabeça dela girava. Ela queria ir, queria muito. Mas tinha medo, receio, sei lá. Aquilo era certo? Como ela poderia ter certeza de que ele não era um psicopata, um louco? Ou pior, e se ele fosse chato? E se eles se beijassem, lá pelas tantas, e não rolasse química?
O problema é que ele propunha aquilo com uma naturalidade desconcertante. Como se dissesse assim: escuta, vamos dar um pulinho ali na padaria comigo pra eu te comprar um Sonho de Valsa? Ele argumentava que só queria ter privacidade com ela, poder conversar sem ter hora pra parar.
E ela queria dizer sim. Queria demais dizer sim! Só o despeito, a coragem, ou a cara-de-pau que ele teve em propor aquilo já a deixava curiosa demais.
Mas ela resistiu. Por algumas horas. E só topou por que ele aceitou suas condições.
"Quando eu falar que quero ir embora não é nem pra você tentar me convencer a ficar, ouviu bem?"
"Se! Se você falar. Você não pode ter certeza que vai querer ir embora sem nem ter ido ainda."
Ela enfim topou.
Ele saiu do trabalho e passou na casa dela. Ele estava muito limpinho e cheiroso, considerando que tivera um dia cheio.
Ela estava linda. Não. Ela simplesmente ERA linda. Não precisava de exageros: calça jeans, top preto e All Star. Só pra garantir, tinha decidido estrear um conjunto de lingerie novo.
Quando ela entrou no carro e ele a abraçou, sentiu como se já o conhecesse há muito tempo. Mesmo assim foi firme consigo mesma: não dou pra ele hoje de jeito nenhum!
No trajeto até o hotel conversaram sobre o dia. Pareciam mesmo um casal de namorados. Aquela uma semana de convivência virtual dera a eles uma intimidade não comum pro pouco tempo que se conheciam.
Já se riam um das questões do outro, por que as questões de um e de outro já eram como se fossem dos dois.
O hotel era simples. Nada demais. Mas também não era feio ou sujo. Era até bem bonito. Tinha até piscina, que eles só viram da janela do quarto.
No quarto, ele perguntou se ela estava com fome.
"Eu já jantei."
Ele abriu um salgadinho que estava em cima do frigobar. Enquanto mastigava estralado a batatinha, tirava o laptop da mochila.
"Vou por uma música pra gente. Eu trouxe um jogo de tabuleiro aqui. Quer jogar?"
Era um jogo de palavras cruzadas. Ela ficou meio sem entender o que ele pretendia com aquilo. E que coisa mais entediante! Por que ele não trouxe Banco Imobiliário ou War? Mas achou que seria indelicado não topar o joguinho.
Ele explicou as regras e a música começou a vir, baixinha, suave, do laptop. Era Seu Jorge cantando e tocando sozinho. Ela não conhecia aquele cd.
"Que cd é esse?"
"É da trilha de um filme. Mas não é um filme muito famoso. São músicas do David Bowie traduzidas pro português."
"Bacana."
O jogo até que não era assim tão mau. E proporcionava boas risadas quando eles tentavam inventar palavras. Iam conversando e se conhecendo mais. Ele falava de seu trabalho, das coisas que já tinha vivido. Ela contava das aventuras de final de semana, da saudade que tinha do irmão que morava longe.
Lá pelas tantas, ela percebeu que, embora ainda faltasse bastante para o fim do jogo, seria impossível vencê-lo. Começou a ameaçar rasgar o tabuleiro caso perdesse. Ela falava sério. Odiava perder. Mas ele ria e achava graça. E ria tão gostoso que ela também começou a achar graça de si mesma.
Ela então começou a se perguntar se ele nunca tentaria beijá-la. Ele parecia tão impassível, montando palavra atrás de palavra sobre o tabuleiro, olhando pra ela e sorrindo.
O jogo se estendeu por mais um bom tempo até que as peças se acabaram. Ela ficou bem irritada com a derrota. Ele continuava sorrindo e perguntava se ela queria ouvir outra coisa.
"Quem tá cantando agora?"
"Ben Harper. Cê gosta?"
"Não conheço muita coisa dele, mas tô gostando. Posso ver o que mais você tem?"
Ele pegou o laptop e o colocou gentilmente no colo dela. Ela estava sentada recostada à cabeceira da cama. Ele se colocou a seu lado. Enquanto ela olhava para a lista de músicas, ele a namorava com os olhos. Em algum momento, os olhos dela perceberam os olhos dele e o homem e a mulher, o menino e a menina, se encontraram num beijo.
Ela ficou muito feliz em descobrir que seus receios eram todos sem fundamento, especialmente sobre não haver química entre os dois.
Mesmo assim, ela foi forte. Não deu pra ele naquela noite.
No outro dia bem cedo, ela acordou. Tirou toda sua roupa e se deitou sobre o corpo quente dele.

3.3.10

"Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados, nosso medo é de que sejamos poderosos além da medida. É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos assusta.

Perguntamos a nós mesmos: Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso?

Na verdade, quem você não poderia ser? Você é filho de Deus. Sua atuação contida não ajuda o mundo. Não há nada que justifique o ato de se encolher para que as pessoas à sua volta não se sintam inseguras. Você foi criado para manifestar a glória de Deus que está dentro de você.

Não apenas dentro de alguns de nós; ela está em todos; e, quando deixamos nossa luz própria brilhar, inconscientemente permitimos a outras pessoas que façam a mesma coisa.

Como estamos livres do nosso medo, nossa presença libera automaticamente os outros."

(Nelson Mandela)

23.2.10

E agora, José?
Seu time perdeu
A cerveja acabou
A internet pifou

10.2.10

Losing It

I look around
I try to find it
Where did I leave it?

It's not under my pillow
Not on the bedside table
Maybe in its drawer!
Nope.

I've looked in all my jeans' pockets
I only have a jacket worth wearing
Not there either

Suddenly, it comes to me:
If I've never had it,
How can I be losing it?

1.2.10

God's Playground

A manual on living on this planet

As far as my interpretation goes, I believe Adam and Eve were not really kicked out of paradise. Eden is here. God, for reasons we might never know, created this planet for His children to play in. And He loved His children so much He put very simple rules for them to use the play ground. Those are the following:
1. Love one another.
2. Take good care of the playground I created for you.
Yes, that's it. No ten commandments. No 7 Deadly Sins. That's all that is.
The thing about Adam and Eve being kicked out was just a metaphor. Nobody is actually gonna be kicked out. The only thing is, if you do not abide by those two simple rules you might end up losing your playmates and/or the playground.

31.1.10

Onde?


Aqui. ...........................Aqui. Aqui.
Aqui. .....................................Aqui.
Aqui. Aqui. ...........................Aqui.
.....................Aqui. .........................
Aqui. .....................Aqui.
.........................................................
Aqui.

26.1.10

Algo sobre o que é válido escrever: as reticências

Eu me incomodei muito tempo sobre essa minha mania de escrever e terminar toda frase com reticências. É. Às vezes eu substituo até interrogação por reticências. Meu proof-reading normalmente me salva. Será que salva mesmo?
Mas a verdade é que quando releio um trem que escrevi antes de apertar o send eu fico sempre achando que tem reticências demais.

teve uma época que me incomada essa mania de escrever sem letra maiúscula. já superei. mas não aqui, né?

Eu fico pensando. A pessoa que lê vai achar que eu não terminei o que ia dizer... vai achar que eu não tinha certeza sobre o que estava escrevendo (o que é quase sempre verdade) vai achar que eu não terminei ainda e por isso vai ficar esperando (e eu de cá esperando uma resposta brotar de lá)

Foda-se. Ou como dizem por aqui: FODAS! (eu devia ter terminado com reticências)

...

p.s.: acabou? ...
Ócio

Bato nas teclas
Mas nem me sai um haikai.
Malditas férias!