8.4.11

Inteligência

Lidando Com o Inesperado

Quando eu era pequeno, a gente brincava na rua de pique-pega, pega-ladrão, esses jogos de correr... e a gente podia pedir "altas". Isso significava uma pausa, um tempo pra descansar. Tá certo que quem não tinha pedido a tal das "altas" não curtia muito. O resto da criançada ficava meio de nariz torcido quando alguém pedia, mas, ainda assim era legítimo. Sem necessariamente a gente perceber pedíamos um tempo pra pensar, um tempo pra repensar estratégias e redesenhá-las. Era um tempo pra respirar, retomar o fôlego e voltar pro jogo.
Hoje, infelizmente, não rola mais isso. Não dá mais pra pedir "altas".
Muitas vezes percebemos que o jogo não nos é favorável e não temos outra alternativa a não ser seguir jogando. Nossas estratégias têm que ser redefinidas em meio à turbulência da coisa toda. É como consertar um avião em pleno vôo.
Algumas pessoas não foram treinadas a lidar com o inesperado (acho que sou uma delas). Às vezes, acho que o problema é ser rejeitado. Mas ser rejeitado é só uma forma de se deparar com o inesperado. Quando você quer alguém ou alguma coisa, você espera (nos dois sentidos) que a pessoa (ou a coisa, metaforicamente falando) te queira também. E quando a pessoa querida (ou a coisa, de novo, metaforicamente) te diz que não te quer é um choque, uma surpresa: inesperado. A rejeição frustra uma série de planos que você fez, sem mesmo perceber, no momento em que você decidiu que queria aquela pessoa ou coisa.
Adianta sentar e chorar? Em geral, na vida adulta não. E por isso a gente sente saudade do colinho da mamãe... :)
Fazer o quê? Dançar conforme a música. Temos que aprender a consertar o avião em pleno vôo. E quem tem filho aí, pelamordedeus, propicie momentos assim na infância dos pequenos para que eles treinem.
Um dia eu estava na casa de um amigo. Sua filha, na época estava começando a querer andar, mas ainda tinha mais intimidade com o andar de gatinho. Ela nos seguia por toda a casa. Quando passávamos da sala de estar para a varanda, havia uma porta de correr, com trilho. Quando a pequena passava de gatinho por cima do trilho, seus joelhinhos rechonchudos doíam. E ela logo desenvolveu uma "técnica" para evitar isso. Ela se esticava toda, usando os pés como apoio traseiro, ao invés dos joelhos. Ela aprendeu a lidar com inesperado ali. Foi uma cena linda de se ver.

3.4.11

Guyton


Meus cones e bastonetes
As células ciliadas internas
As células olfatórias
Os receptores de Ruffini
Os discos de Merkel
Meus botões gustativos
Você abastece meus cinco sentidos