31.1.08

Subitamente

Faltavam poucas estações. Henrique havia se sentado no penúltimo vagão. Sabia que, quando o metrô parasse, aquele carro seria o mais próximo da escada e aguardava tranqüilamente quando o trem chegou à Estação Trianon-Masp. Foi quando ela entrou.
Henrique sentia o mundo à sua volta perder o sentido, se derreter. A única coisa no mundo, naquele momento, era ela. Ela se sentou em um assento em frente ao de Henrique. E ela também o olhou. A princípio ele nem percebera que ela o encarava de volta e quando o fez, desviou o olhar. Meu Deus! pensava, não consigo parar de olhar.
Não resistiu e voltou a olhar. Ela também ainda o fitava. Sorriram e ela se levantou quando o metrô parou novamente. Henrique entrou em um tipo de desespero interno. Por dentro, estava se debatendo, queria pedir para ela ficar, ou ir com ela, agarrá-la pelo braço! Por fora, mantinha a compostura, apenas a observava, mas se levantou também. E foi aí que percebeu que ela carregava uma pasta. Ela já estava fora do vagão, e ele se aproximou da porta para conseguir ler o que estava escrito na pasta: o nome e o telefone de uma firma de advocacia. Antes que a porta se fechasse, ele gritou para ela, que já se aproximava das escadas:
- Seu nome!
E ela respondeu:
- Daniela!

4 comments:

Paulets said...

Adoro historias que ficam subentendidas....:)

doido said...

oras pois como me achaste?

Flávia Giarolla said...

E depois falam que não existe amor à primeira vista..a questão é que geralmente eles não duram...mas nos apaixonamos o tempo todo..o problema é que geralmente nos apaixonamos por personagens criados em nossas cabeças..
Adorei seus contos..me inspiraram a voltar a escrever tb..bjão

Anonymous said...

Engraçado vc falar sobre inspiração, sendo que vc foi quem me inspirou a escrever...mão de duas vias mesmo..