17.4.09

Rasgado

Dentro do carro, longe de todos aqueles olhos, finalmente se beijaram. As roupas, obstáculos intransponíveis. Para os corpos. As almas se entrelaçavam. Os cheiros, os gostos, se misturavam.
Um barulho na rua a despertou. Seus olhos o miravam e ela dizia para ele ir embora. Ela não podia mais ficar. Sabia que ele também não aguentaria mais. Ele era fraco, muito fraco. Ele não tinha mais palavras. Percebeu de novo o vazio de ser racional, de pensar e fingir não sentir.
-- Eu te amo.
Fechou a porta do carro e a observou sumir no infinito. Tudo perdia o foco enquanto um sabor salgado deslizava devagarinho por entre seus lábios.

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